quarta-feira, 2 de março de 2016

Gato escondido com o plágio de fora




https://pedlowski.files.wordpress.com/2015/06/plagio-academico.jpg

Isto:

«Conta a lenda que o rei D. Dinis, informado sobre as ações de caridade da rainha D. Isabel e das despesas que implicavam para o tesouro real, um dia decidiu surpreender a rainha numa das suas habituais caminhadas para distribuir esmolas e pão aos necessitados. Perspicaz, reparou de imediato que a Rainha procurava disfarçar o que levava no regaço. Questionada sobre o seu destino, D. Isabel respondeu que se dirigia ao mosteiro para ornamentar os altares. Não satisfeito com a resposta, o rei quis ver o que ela levava no regaço. Após alguma atrapalhação, D. Isabel respondeu: "São rosas, meu senhor!". Desconfiado, o rei acusou-a de estar a mentir, uma vez que não havia rosas em janeiro. Foi então que a rainha D. Isabel mostrou, perante o espanto geral, as belíssimas rosas que guardava no regaço. Por milagre, o pão escondido tinha-se transformado em rosas. O rei ficou sem palavras e acabou por pedir perdão à rainha.»

http://expresso.sapo.pt/blogues/blogue_sem_cerimonia/2016-03-01-O-milagre-da-s--rosa-s--na-Educacao-e-Ciencia

… é uma adaptação bastante mal disfarçada disto:


«Conta a lenda que o rei D. Dinis foi informado sobre as ações de caridade da rainha D. Isabel e das despesas que implicavam para o tesouro real.

Um dia, o rei decidiu surpreender a rainha numa das suas habituais caminhadas para distribuir esmolas e pão aos necessitados.

Reparou que ela procurava disfarçar o que levava no regaço.

D. Dinis perguntou à rainha onde ia e ela respondeu que se dirigia ao mosteiro para ornamentar os altares.

Não satisfeito com a resposta, o rei mostrou curiosidade sobre o que ela levava no regaço.

Após alguns momentos de atrapalhação, D. Isabel respondeu: "São rosas, meu senhor!".

Desconfiado, o rei acusou-a de estar a mentir, uma vez que não era possível haver rosas em janeiro.

Obrigou-a, então, a abrir o manto e revelar o que estava lá escondido.

A rainha Isabel mostrou, perante os olhos espantados de todos, as belíssimas rosas que guardava no regaço.

Por milagre, o pão que levava escondido tinha-se transformado em rosas.

O rei ficou sem palavras e acabou por pedir perdão à rainha que prosseguiu com a sua intenção.

A notícia do milagre correu a cidade de Coimbra e o povo proclamou santa a rainha Isabel de Portugal.»


http://www.infopedia.pt/$lenda-do-milagre-das-rosas


O senhor deputado estava cheio de pressa para escrever o artigo e, como não sabia a lenda bem de cor, recorreu à pesquisa na Internet, não respeitando aquilo que os seus professores, eventualmente, lhe recomendaram quando andou na escola: que relatasse as coisas com palavras suas.

Mas a Internet, se permite a pesquisa rápida de textos para copiar, também permite, pelo mesmo mecanismo, detectar as cópias feitas. Houve quem descobrisse e acusasse o ilustre articulista maçaense de plágio. Queriam que ele fizesse referência à origem do texto… Mas sua excelência, obviamente, não quis rebaixar-se assumindo que usa métodos tão primitivos.

É uma vergonhaça, mas é momentânea. Ele brevemente descobrirá maneira de, com outra canelada, nos fazer esquecer esta. São constantes…

(E logo agora que ele se estava a mostrar tão eficiente na denúncia da poluição no rio Tejo…)