quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

O dique-travessão do Pego - Imagens de Satélite


As imagens foram recolhidas no site que pode ser visto no cabeçalho de cada uma delas e foram carregadas no seu tamanho original de 1680x1050px. Sofreram um redimensionamento, imposto pelas condições do Blogger, que lhes retirou alguma nitidez, mas não impede a sua leitura em boas condições.

Para navegar nos mapas, aceder ao site geoportal.lneg e usar as ferramentas de visualização disponíveis. As imagens são de boa qualidade.

A data da captura das imagens não está disponível (eu não dei por isso...), o que é pena, porque permitiria a comparação com imagens de outras fontes, eventualmente obtidas em datas diferentes. Isso era importante para apreciar a evolução da situação em apreço (a rotura do dique e a sua reparação, com a polémica entretanto levantada).

As fotos estão aqui alinhadas por ordem alfabética do seu título/nome e não por qualquer critério de relevância de cada uma.

A última imagem tem umas legendas acrescentadas por mim, podendo ajudar à sua compreensão, apesar de possivelmente isso não ser necessário.

Cada uma das imagens serve de ilustração a comentários e outros dados que entretanto foram aparecendo.



Ponte Alvega-Mouriscas

A ponte rodoviária e ferroviária de duplo tabuleiro de Alvega-Mouriscas encontra-se a montante da zona da central termoeléctrica e integra a ligação da EN-118 com a A23 e Mouriscas. Serve igualmente para a travessia do ramal ferroviário que permite o transporte do carvão até à central.


Na zona da ponte, imediatamente a montante, é possível ver vestígios de obras efectuadas no leito do rio em épocas anteriores, não sendo evidente a sua natureza pela simples observação.



Quinta de Coalhos

Entre a localidade de Pego e a de Rossio ao Sul do Tejo — ou seja: a jusante do dique — encontra-se um areeiro (instalação de extracção de inertes, areia) que, a avaliar pela imagem, desenvolve intensa actividade.



Montalvo

Em Montalvo (Constância), um outro areeiro em actividade.



Tramagal

Areeiro em actividade junto ao Tramagal.



Quinta do Casal da Várzea

Quinta do Casal da Várzea, entre Ortiga e Casa Branca. Teria existido aqui um assentamento romano, designado como Aritium Vetus. Foi neste local que foi encontrada uma placa de cobre do tempo do imperador Calígula, a quem os habitantes juravam fidelidade, segundo nela ficou gravado.

http://www.patrimoniocultural.pt/media/uploads/revistaportuguesadearqueologia/7_2/11.pdf

Junto ao limite esquerdo da imagem, é possível ver o sítio arqueológico do Vale de Junco.

http://www.portugalromano.com/site/aritium-vetus-alvega-abrantes/

No fundo da imagem, pode ver-se aquilo que ainda hoje é um braço secundário do rio em fase de cheias e que, possivelmente, terá sido o seu leito principal antes da formação do meandro.

No lado direito da imagem, vê-se que o rio está desviado em ângulo recto. Em vez de seguir em frente para o antigo leito, corre dali para noroeste até voltar à sua direcção normal depois da curva.



Azenha - Ortiga

Logo abaixo dessa curva (entre a curva e a instalação industrial), há uma zona rochosa onde existem (ou existiam ainda não há muitos anos) os restos de um moinho ou azenha, bem como do respectivo açude.



Marambana

Junto à inflexão em ângulo, podem ver-se dois diques: um travessão, sobre o qual corre agora o rio e que se destina a manter um espelho de água capaz de assegurar um nível mínimo para a tomada de água da zona de rega de Alvega, também visível na foto. No momento da captura da imagem, havia caudal suficiente para a água correr cobrindo o dique quase na totalidade. Isso nem sempre acontece. A Barragem de Belver nem sempre liberta água suficiente para o permitir, devido à escassa afluência recebida de montante (barragens de Fratel, Cedillo, Alcântara, etc., transvases do Tejo para o Levante, variações climáticas...).

Perto do canto inferior esquerdo, pode ver-se um outro dique destinado a impedir a passagem da água pelo leito secundário, quando de cheias moderadas (as cheias grandes chegam a cobrir toda a várzea. Alinhados com esse dique estão uns pilares de pedra (restos) que poderão ter pertencido a algum tipo de ponte ou aqueduto.



Barragem de Belver

Nesta imagem: Barragem de Belver, praia e diques da Marambana e Quinta da Várzea.



Cascalhos (Mouriscas)

Um pouco acima da tomada de água, perto do lugar de Cascalhos, podem ver-se restos de azenhas, açude e aquilo que parece um canal de navegação (Canal de Alfanzira, construído no tempo dos Filipes, tal como os caminhos de sirga, visíveis a montante de Belver e junto ao Fratel — não submersos a jusante da barragem, visitáveis a pé. Este canal de Alfanzira destinava-se a permitir a navegação num local onde o rio era — como ainda agora se vê — bastante acidentado).


Mapa panorâmico da zona sobre imagem de satélite



Central termoeléctrica, dique e tomada de água



Dique e mouchão

À data em que esta imagem foi captada, já o mouchão tinha migrado, ou parte dele tinha desaparecido. Inicialmente, encontrava-se na zona do dique que apresenta um abertura (parte inferior). A abertura resulta precisamente da erosão do mouchão de areia.

A abertura situada na parte superior é a passagem que foi deixada anteriormente para circulação de pequenas embarcações e fauna fluvial. Esta passagem mantém-se actualmente, mas, embora a imagem mostre água a correr pela abertura, actualmente nem sempre isso se verifica, devido à diminuição do caudal do rio. Nesses casos, a água corria apenas pela abertura central (entretanto fechada pelas obras em curso).Como a reparação foi feita com blocos rochosos relativamente grandes e outros inertes, a água passa por entre eles (percolação), mas não os peixes. Os técnicos esperavam que a deposição de sedimentos acabasse por selar o dique, reduzindo ou eliminando a sua porosidade, o que iria permitir a subida do nível da água a montante e o consequente regresso ao funcionamento da abertura antiga. No entanto, o reduzido caudal e a incerteza quanto ao transporte de sedimentos pelo rio não permitem prever que essa situação venha efectivamente a ocorrer em breve.

(Talvez devesse ser considerada outra solução para a impermeabilização do dique...)



Tomada de água



Imagem de GoogleMaps/Earth



Zona de Abrantes

Na imagem é possível ver, à esquerda, o açude insuflável, peça-chave do projecto designado como Aquapolis, a ponte rodoviária (ao centro) e a ponte ferroviária da Linha da Beira-Baixa (à direita). Há um areeiro, visível na parte inferior da imagem, que opera removendo areia por aspiração, através de um equipamento provido de uma bóia que pode mover-se pelo espelho de água.

Embora a finalidade declarada do referido projecto Aquapolis seja a criação de um espelho de água destinado a usos lúdicos e fins estético-paisagísticos, não é de excluir que, na sua génese, esteja também (embora de forma não assumida) o justificado receio de que a continuada extracção de inertes — tanto neste local como noutros situados quer a jusante quer a montante — viesse a provocar um enfraquecimento da base de sustentação das pontes e outras estruturas existentes. O açude impede os sedimentos de se deslocarem mais para baixo, tanto pela sua retenção directa como pelo efeito de diminuição da velocidade das águas. Esse fenómeno, aliás, é o responsável pela diminuição da carga de sedimentos em qualquer rio. As barragens retêm-nos, pelo menos até ao dia em que ficam assoreadas ou em que sejam demolidas...
A ponte rodoviária, que se encontra em prolongadas obras de estabilização e conservação, está assente em estacaria de pinho cravada no leito arenoso. O reforço dessa estacaria é uma das fases da obra em curso. A tragédia da ponte de Entre-os-Rios, do mesmo tipo desta, ainda está presente na memória de todos.
As variações nas quantidades de inertes presentes em zonas relativamente próximas são susceptíveis de provocar alterações na dinâmica do rio capazes de levar, por exemplo, ao desaparecimento do mouchão que está na origem da polémica reparação do dique/travessão que motivou este post...


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Craig Rhos-y-felin

Sabia-se anteriormente que as pedras "azuis" de Stonehenge correspondiam às colinas de Preseli, mas sem conhecer o exacto local.
 
Imagem de satélite (Google) e localização: 
  
 
 
 
(Idênticos resultados em Bing Maps...
 
 
 
...e OpenStreetMap). 
 
 
 
 
Nessas imagens, é possível observar que o local ainda não estava escavado pelos investigadores, tal como aparece na foto do artigo seguinte:  
 
 

A ciência é feita de aproximações e nunca nada está garantido para sempre.



 
 

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Sobressaltos

 Foto: http://www.dinheirovivo.pt/wp-content/uploads/2015/10/ng3307770.jpg

Stressante, sem dúvida.
Stressante ao ponto de ser marcante, de se tornar um momento a recordar pela vida fora, pelas boas ou pelas más razões.
Embora o tempo físico que rege as nossas vidas seja um fluir contínuo e uniforme, não é assim o tempo biológico. Damos saltos, temos sobressaltos. Temos etapas, balizas, momentos marcantes. Precisamos desses momentos para sentir que evoluimos, que a viagem continua.
O exame "da quarta classe" (era assim que se chamava no meu tempo) é um desses momentos.
Talvez nesse tempo ele fosse mais necessário do que agora, naquilo que ele constituía uma transição para novas fases. Na maioria do casos —e em especial nos meios rurais — era até mais do que uma transição: era mesmo o fim de uma era. A escola acabava ali. A seguir, uns tempos para desmamar das brincadeiras e — ala que se faz tarde! — era altura de procurar trabalho. Podia-se encontrar um lugar de marçano ou, com sorte, talvez de aprendiz de algum ofício. Ir para o liceu implicava viver perto dele ou ter meios para pagar o alojamento.  Até podia haver algum colégio por perto, mas implicava uma mensalidade que poucos podiam pagar. E, como a maioria não ia para o ensino secundário, nem parecia mal alguém não ir. Era assim e pronto. O Estado não garantia nem exigia, como agora, mais do que a quarta-classe.
Entretanto, as coisas mudaram — e muito. Se foi para melhor ou para pior, é questão que nem vale a pena pôr-se, muito embora a nossa natureza sintetizadora, avaliadora e classificadora insista em se opor ao relativismo crescente. Tendemos sempre a avaliar as coisas segundo as nossas próprias escalas e critérios. Apesar disso, não me atrevo a dizer se é bom ou mau o fim dos exames do 4º ano. Não tenho opinião sobre o assunto (ou, se a tenho, não a acho relevante, pelo menos quando posta nesses termos).

O que eu acho é que os miúdos talvez ganhassem em ter alguns desafios eventualmente stressantes (cuidando-se de evitar excessos traumatizantes), como forma de se irem preparando para umas vidas que — gostem ou não os defensores da aplicação imediata e estrita das utopias em que com todo o direito acreditam — vão estar cheias de dificuldades que vai ser preciso vencer. E nada como ir preparado para elas.


 

sábado, 21 de novembro de 2015

num habia nexexidade


Os edifícios mais altos da Gronelândia, na capital, Nuuk.
Têm 12 pisos, mas, mesmo assim, seria preciso?



quinta-feira, 17 de setembro de 2015

O Patalou não é francês






Na dúvida entre pronunciar à portuguesa ou numa forma estrangeira aquele nome que desconhecia, a locutora optou por dizê-lo como se fosse uma palavra francesa (duas vezes, no vídeo, aos 00:30 e 02:00 aprox., ligação abaixo).

Terá sido influência das referências ao Astérix, feitas pelo homem que encontrou o menir?

Haja quem lhe diga que o nome do menir (e do local onde foi encontrado) se pronuncia "PATALOU", tal como está escrito em português, com dois "aa" curtos fechados e um "OU" beirão longo e não aquele estapafúrdio "pàtàlú" que ela empregou.

A ignorância individual é sempre desculpável, como é evidente. Ninguém é obrigado a saber tudo. Mas, por isso mesmo, a desculpa obriga a que se corrija a falha. Deixar passar um erro cometido pelos profissionais dos OCS é contribuir para a sua disseminação e perpetuação, porque os leitores/ouvintes/espectadores tendem a dar como bom aquilo que dali recebem. 

Mas há outro problema, aqui relacionado. É a mania bem (por)tuga de preterir, como sendo impróprio, aquilo que tem ou parece ter raiz popular. Muitos portugueses — ainda, mas felizmente cada vez menos — parecem ter vergonha das suas origens rurais. Por muito que o neguem e se escandalizem, o complexo de inferioridade está tão enraizado que resulta numa preferência automática por tudo aquilo que é estrangeiro, logo melhor. Deve haver poucos países onde se usem tantos termos de língua inglesa muias vezes desnecessários. Na propaganda comercial, no turismo, na informação de natureza económica...

(E depois, quando pronunciam aquele "dêzáine"  — design — ficamos esclarecidos...)



Vídeo RTP:



(Patalou, ou patalou-dos-vales é sinónimo de ranúnculo. Também usado popularmente com o significado de idiota, apoucado.)
 

Ligações:
http://www.dicionario-aberto.net/browse/patalou:1

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Empreendedorismo



Acho que se enganaram a escrever a palavra.
Ah e tal… Portugal precisa de "empreendedores"...
Com a crise demográfica a agravar-se (da outra já nem se fala), do que Portugal precisa é de emprenhadores. E de quem se deixe emprenhar, obviamente.
(Já existirão úteros artificiais?)



segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Como se estragam as cidades


Tal como naquele prédio de Viana do Castelo (ainda não foi demolido?) é dali, provavelmente, que se observa uma das melhores vistas de Gallipoli, quanto mais não seja porque é o único sítio de onde não é visível o mamarracho.

Se dúvidas restassem:


(Imagens: Google Maps)



sábado, 14 de fevereiro de 2015

Lá se foi a famosa Casa Redonda

O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de Pinto Balsemão, o Prof. André Gonçalves Pereira, a quem se atribui a declaração de que aquilo que ganhava como ministro não lhe chegava sequer para os charutos, mandou construir na Quinta do Lago uma casa que ficou também ela famosa, não só pelas festas que ele aí dava e pelo alto estatuto dos que para elas eram convidados, mas também pela sua arquitectura peculiar.
A casa, da autoria do arquitecto Fernando Ramalho, era redonda, não tinha paredes planas e parece que até os próprios quadros, que lá existiam em abundância, estavam em cavaletes por esse motivo. Não era fácil pendurá-los.

Entretanto, o senhor vendeu a casa — diz-se que a um estrangeiro — e este resolveu demoli-la e construir outra no seu lugar.

Na primeira imagem, decerto desactualizada, recolhida no Google Maps, ainda é possível ver a casa.




Já na imagem de rua (StreetView, referenciada como tendo sido recolhida em Dezembro de 2009) vê-se o local em obras, com a nova casa já praticamente edificada.



A imagem aérea do Bing Maps mostra o local já com a nova casa e arranjos exteriores diferentes.



Não há nada de estranho em derrubar para fazer de novo. Quem tem muito dinheiro pode dar-se a esse luxo. Se há lugares onde podem tomar-se com bastante à vontade quaisquer liberdades arquitectónicas é neste tipo de urbanizações, onde as construções não estão sujeitas a grandes limitações de estilo. Possivelmente pelo mesmo tipo de razões, também com a mesma facilidade o que foi feito se desfaz. A Casa Redonda, que alguns achariam talvez interessante conservar, sucumbiu à vontade do seu novo dono que, além do direito de opinião, por enquanto atribuído a todos, tinha sobre ela outros direitos que os simples opinadores não possuem.

Mas é pena (a demolição, claro, porque o resto é subjectivo).



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Ilhas paradisíacas




O problema da evasão fiscal é que há sempre um paraíso para onde escapar. E é ainda agravado pelo facto de a capacidade de escapar estar directamente ligada ao volume dos impostos sonegados. Pobre não pode fugir; paga. Rico foge sempre.
Resultado: receitas cada vez menores (pobre não tem o que pagar nem com que pagar), o que é ainda agravado pela capacidade que os ricos têm de arranjar, através do suborno dos políticos, esquemas para que as receitas (mesmo magras) dos estados acabem por ir, de uma forma ou de outra, parar aos seus bolsos.


sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Qual o local desta foto?



As distâncias focais longas tornam as paisagens irreconhecíveis (ou quase...).



 Esta imagem de Gijón não deve parecer familiar a quem conheça a cidade (e digo "deve" porque eu não conheço, mas estive a ver panorâmicas da zona que me comprovam que a perspectiva à vista desarmada não é bem esta).
A torre com relógio que aparece no centro/direita é a da "Universidad Laboral", que é uma espécie de elefante branco lá do sítio e fica a uns três quilómetros do centro da cidade.
A elevação ajardinada no primeiro plano/esquerda é o Cerro de Santa Catalina, que — ele sim — fica exactamente a norte do centro do núcleo urbano.



A foto foi obtida a partir do monte onde estão os reservatórios da Repsol, detrás do porto.


 As montanhas em último plano são os Picos de Europa, que se situam a cerca de oitenta quilómetros da cidade de Gijón.


(Também não tinha a certeza desta última afirmação, mas uma pesquisa por imagens ajuda a esclarecer:
https://www.google.pt/search?q=picos+de+europa+desde+gij%C3%B3n&safe=off&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ei=W3amVNKgEcjkUt3pgKAL&ved=0CAkQ_AUoAg&biw=1458&bih=955 )


Tudo parece bem próximo e, no entanto, está tão afastado.