sábado, 27 de dezembro de 2014

Google Street View, escassa cobertura



Freguesia de Belver

Só nesta freguesia do Norte Alentejano encravada na Beira-Baixa (ou da Beira-Baixa emprestada ao Alentejo), ficaram por fotografar TODOS os núcleos urbanos existentes, incluindo o da sede de freguesia, que foi fotografado apenas em travessia pela estrada que liga a Mação, por sinal aquela que praticamente não tem trânsito (a partir da ligação à A-23 até Mação), embora esse troço faça parte da EN-244.

A ligação de Belver (e de Gavião) à A-23 foi ignorada, bem como todas as estradas asfaltadas que ligam os diversos núcleos populacionais (assinaladas no mapa com traço vermelho). Estão de fora do mapa, na parte superior, as povoações de Furtado e de Vale de Coelho, ladeadas pela EN-3 (Mação-Envendos), essa sim fotografada.

A escassa cobertura feita não se observa apenas neste local, mas na generalidade do território português, em especial no interior, mas não exclusivamente. Pode dizer-se que foi uma passagem "pela rama".


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Os biscateiros


Os  que publicam na net também precisam de comer. Publicar de borla até dava lucro, mas isso era nos tempos áureos em que os custos da publicação gratuita eram cobertos pelo retorno em ganhos com a publicidade. Mas os tempos são de vacas magras e as empresas no seu conjunto (nem todas, claro, mas uma boa parte delas) já não investem tanto em promoção (falta verificar e comprovar esta afirmação com  dados, mas vamos aceitá-la como suposição razoável) *.
Ora eles precisam de comer. E eu também, obviamente. Tenho fome de pão e tenho fome de conhecimento — vamos aceitar que notícias são conhecimento. Se pago pelo pão que como, parece lógico que também pague por qualquer serviço que me seja prestado por particulares (quando eu o tenha requisitado, pois não é razoável pagar por aquilo que me é imposto) *.
Também é certo que, na Internet como em qualquer outro ambiente, funciona uma estratégia de marketing que se baseia na criação de dependência (vício). A princípio dão-se as coisas de borla para, depois, quando o cliente já está habituado, lhe cobrar tudo com juros. Não sei de que ponto de vista isto pode ser censurável, desde que eu esteja na posse de todas as minhas faculdades e seja capaz de detectar e perceber a manipulação que me tentam fazer. Mas isso não é tão óbvio se eu for vulnerável, se tiver as minhas defesas limitadas por diminuição de qualquer capacidade ou circunstância desfavorável. Existe legislação contra a exposição de certos grupos a práticas desonestas. Se é cumprida e eficaz, isso já é outro assunto.
Mas vamos admitir que eu sou o tal tipo que não precisa de nenhuma protecção especial, por estar plenamente consciente da natureza das acções que terceiros possam tentar com a intenção de tirar partido da minha pessoa. Pior ainda: vamos admitir que eu sou crítico o suficiente para, mais do que detectar a marosca, agir contra ela, alertando os outros quando ela surge. Aí, se o emissor da propaganda souber disso, até terá vantagem em evitar que eu veja o que ele faz. Os delinquentes, quando se sentem observados, também vão para outro sítio ou, não podendo, passam a portar-se bem (refiro-me aos dissimulados, não aos agressores) *.

Voltando ao assunto, pagar ou não pelo que nos impingem: eu abro a página de uma rede social e aparece-me, entre outras publicações de variada natureza (menos jogos e afins, que tenho tudo isso bloqueado), uma que me oferece um artigo ou notícia sobre uns aviões russos que andam cada vez mais a sobrevoar zonas onde não era costume serem vistos. Ora eu, que até acho indigno o uso da frase "vêm aí os russos" para ridicularizar quem receie possíveis ameaças vindas desse lado, fico logo alerta e com vontade de ler. Mordi o isco. Sigo a ligação e, passadas cinco linhas de introdução ao assunto, recebo a informação de que, para continuar a ler, devo (tenho de) fazer login ou subscrever o artigo pago. A dose de champô que vinha no saquinho da amostra, afinal, não deu nem para uma lavagem da cabeça. E agora? Fico com a cabeça meio lavada ou compro o frasco?
Pego em três ou quatro termos mais relevantes do texto promocional, traduzo-os ou não para outra língua em que, mais provavelmente, o assunto ande a ser noticiado, coloco-os no motor de busca e obtenho, na minha própria língua ou noutra qualquer, um montão de resultados que me permitem aceder à fonte sem pagar.
Eu sei que isto é como a questão da água engarrafada. Não passa pela cabeça de ninguém pretender que ela seja gratuita, muito embora a estejam a vender muito mais cara do que a própria gasolina. Estavam a tentar vender-me algo que obtiveram gratuitamente ali mesmo ao lado. Eu sei que todos precisam de sustentar a vidinha, mas há maneiras mais esforçadas do que outras.
Só espero que não me cobrem demasiado pela portagem no caminho que leva à fonte.
Eu ainda posso passar sem notícias. Sem água é que não.
E mesmo assim continuo a pagar pelo copy/paste (muitas vezes mal traduzido) que me impingem. Ou não? Pago e bem. É que eu não roubo o wifi do vizinho. Pago a minha própria ligação. Ultimamente até me têm andado a fechar a torneira sem reduzir o preço, mas eu troco-lhes as voltas e mudo de abastecedor.


  * (As notas e observações entre parêntesis são mais lidas do que se forem colocadas no fundo da página, embora tornem o discurso menos fluido. Paciência: não se pode ter tudo…)


sábado, 6 de dezembro de 2014

Arquitecturas de faz-de-conta



Grossas paredes de alvenaria com reboco pintado de branco, cantarias de granito, pavimentos cerâmicos.