sábado, 27 de setembro de 2014

Antonio Muñoz Molina





Chega sempre uma altura na vida em que qualquer pessoa tem direito ao repouso, usufruindo daquilo que conseguiu alcançar, ou simplesmente porque o corpo, já velho e cansado, pede tréguas.

Mas é difícil para qualquer leitor, que foi criando de um dos seus autores favoritos uma certa imagem, assistir a certas transformações.

No caso de Antonio Muñoz Molina, …
 (ia a fazer aqui umas considerações sobre o "aburguesamento" do escritor, mas, de repente, dei-me conta de que não conheço suficientemente a obra dele para poder ter uma ideia firme da sua evolução).

Mas uma coisa dou por certa: quem escreve as crónicas semanais no "El País", quem recentemente deixou de escrever no seu muito seguido blog a um ritmo tendencialmente diário para passar a deixar aí apenas a ligação para as referidas crónicas semanais, a pretexto de que alguns seguidores/comentadores lhe estavam a estragar o ambiente, já não é o mesmo de "El Viento de la Luna" ou de "El Jinete Polaco".

O miúdo pobre e tímido que cresceu no meio dos olivais sem fim da Andaluzia, deslumbrado com as cidades e o mundo, reformou-se — quiçá merecidamente — depois dessa viagem que o levou de Granada a Nova Iorque, passando por Madrid.
 
As suas crónicas de hoje reflectem, talvez em demasia, o modo como se acomodou a todas as amenidades e prazeres que as cidades e o mundo são capazes de proporcionar a quem dispõe de certo desafogo material.
 
É pena.


Por outro lado, ele diz que precisa de tranquilidade para escrever uma outra novela  —  talvez até algo de maior fôlego, supomos nós. Por isso, temos de aguardar.




sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Falsos amigos




Un camino largo não é um caminho largo, mas um caminho longo.
Nos queda un largo camino por delante = Temos um longo caminho à nossa frente.


terça-feira, 16 de setembro de 2014

You shall not spread ignorance!




Quem escreve que se trata de um volume de xis metros quadrados não está apto a redigir nem traduzir notícias desta natureza. Nem desta nem de qualquer outra.

Claro que erros e deslizes destes admitem-se a qualquer pessoa, desde que não esteja no exercício de uma actividade profissional. Errare humanum est...


Ali, não! 


Não parece deslize, mas ignorância. E quem vai dar crédito ao que escreve uma pessoa que ignora coisas básicas?


segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Comparação de antas



Foto obtida no Facebook
com a indicação de "Anta do Sobral - Elvas", retirada do Panoramio


Ao observar a anta da foto acima, não pude deixar de reparar na semelhança entre as rochas com que foi erigida e as da "Anta das Pedras Brancas" (foto seguinte).


Anta das Pedras Brancas (Atalaia - Gavião)
Foto minha

 
Esta última encontra-se bastante degradada e em estado de quase total abandono e risco de destruição, ao estar agora dentro de uma área plantada de eucalipto, sujeita a renovações de terraplenagens e outros trabalhos de preparação.

As rochas com que foram construídas ambas as antas (xistos/turbiditos) são pouco resistentes à acção dos agentes atmosféricos, bem como a ataques mecânicos (muito friáveis), pelo que a degradação é bastante acentuada, o que ambas as imagens confirmam.

No caso da "Anta das Pedras Brancas", os esteios têm já uma altura bastante reduzida, possivelmente por efeito da erosão e agressões diversas, mas é de supor que foram bastante mais altos.

Apesar de nenhuma das estruturas exibir a laje que servia de tampa, é de admitir que existisse, pois está presente na maioria dos monumentos deste tipo.


Notas:

"Anta das Pedras Brancas" é a designação que me parece mais apropriada, pois é assim que é conhecido o local onde se encontra. Este sítio arqueológico ainda não se encontra suficientemente referenciado.

O autor deste post não tem formação nas disciplinas aqui abordadas, pelo que as referências de natureza técnica devem ser encaradas com a adequada reserva.




sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Adjectivos



Cuidado com o uso dos adjectivos. O ouvinte ou leitor pode interpretar o adjectivo num sentido diferente daquele que tu lhe quiseste dar. Pior: pode pensar que tu quiseste dar-lhe  um sentido diferente porque querias que ele interpretasse… eu sei que tu sabes que eu sei que tu queres que eu pense que…

O melhor é falar claro. E, as mais das vezes, o melhor mesmo é ficar calado.