quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Arriscar demasiado


Morrem pessoas para que alguns possam seguir as suas estratégias empresariais "on the edge", seja por perseguirem maiores lucros, seja porque a concorrência "low cost" não lhes deixa alternativa.

Um avião voa no limite das suas capacidades, sem reserva de segurança de combustível porque, quanto menos levar, menos pesa, o que reduz o consumo. Teoricamente, levar menos combustível era por isso susceptível de aumentar o raio de acção. Mas aumentaria o suficiente para atingir a mesma distância? E, quando o combustível estava prestes a acabar, a comunicação entre a tripulação e o controlo aéreo foi suficientemente assertiva para compensar a desatenção, o cansaço ou a incompetência de alguém?

Os acidentes não acontecem por acaso e estão sempre no fim de uma cadeia de erros e falhas que não foi interrompida até o desastre acontecer. São sempre um desfecho cumulativo, a não ser quando ocorrem por causas completamente fora de controlo, como por exemplo uma catástrofe natural.