Em 1956, ano do meu
nascimento, era atribuído o Prémio Nobel de Literatura a Juan Ramón Jiménez,
escritor e poeta espanhol andaluz, autor, entre muitas obras, de Platero y Yo.
Na mini-biblioteca
da escola primária da minha aldeia (hoje lugar de reunião de caçadores
associados), havia um exemplar da tradução portuguesa, "Platero e
Eu". Quero recordar, mas não consigo ter a certeza, se alguma vez o li. E
julgo até que essa leitura, a ter existido, foi já posterior
à minha saída da escola. Fiz algumas visitas à escola nos primeiros meses do
ano lectivo que já não frequentei, curto período sabático antes de passar à
"vida activa" — que nesse tempo não existia ainda o conceito de
trabalho infantil. Do que me recordo bem é do carinho da minha professora ao
receber-me nessas visitas, da satisfação que tinha estampada no rosto
sorridente.
Nada de estranho no
facto de não conseguir recordar se li ou não li esse livro. A minha memória
nunca foi famosa ou, melhor dizendo, sempre foi bastante caprichosa. No
entanto, alguma eu devia ter, pois era considerado o melhor aluno da escola, se
é que isso significa alguma coisa (e não deve significar, como a vida
posteriormente parece sugerir).
A história do livro
(não que eu me lembre, mas por que mo recordou a consulta de algumas páginas
web) trata de um burro ou, melhor, trata de o autor dizer em fábula o que
queria, pretendendo que era a história de um pequeno e simpático
burrico.
Mas o melhor é ler (ou reler) a obra.
Mas o melhor é ler (ou reler) a obra.